Morador registra esferas brilhantes no céu do interior de SP e especialistas explicam fenômeno
- 22/12/2025
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Fenômeno luminoso no céu chama atenção de moradores do interior paulista
Moradores de diversas cidades do interior de São Paulo foram surpreendidos, nesse mês, por esferas brilhantes que cruzaram o céu durante a noite. As imagens e relatos despertaram curiosidade nas redes sociais, mas especialistas explicam que o fenômeno se tratava da chuva de meteoros Geminídeas, considerada uma das mais intensas do ano.
Em Presidente Prudente (SP), o fotógrafo profissional Marcel Sachetti presenciou o fenômeno na noite de quarta-feira (17), por volta das 21h30, após retornar de uma caminhada com a namorada. Segundo ele, duas grandes esferas luminosas em movimento chamaram sua atenção no horizonte.
“Em um primeiro momento, eu não quis sair correndo para buscar a câmera, porque era algo muito bonito de se observar. Mas como as luzes se comportavam de forma diferente do comum, decidi registrar”, contou.
Marcel passou cerca de duas horas fotografando o céu. Utilizando uma lente de longo alcance, conseguiu isolar os pontos luminosos e registrar variações de forma e intensidade. “As esferas surgiam, se moviam, apagavam e reapareciam. Só analisando as imagens no computador foi possível perceber o quanto o fenômeno era ainda mais impressionante”, relatou.
Chuva de meteoros Geminídeas
De acordo com o professor de física Rodrigo Raffa, responsável pelo Centauri – Clube de Astronomia de Itapetininga (SP), o fenômeno observado foi a chuva de meteoros Geminídeas, que ocorre anualmente em dezembro.
“Por se tratar de uma constelação zodiacal, o radiante das Geminídeas pode ser observado de qualquer latitude do território brasileiro”, explicou. O pico do fenômeno ocorreu entre os dias 13 e 14 de dezembro, mas meteoros esporádicos ainda podem ser vistos nos dias seguintes, o que explica os registros feitos no dia 17.
A Associação de Astronomia de Mariápolis (SP) também destacou que, durante o pico da chuva, a Lua estava em fase minguante, com apenas 23% de iluminação, fator que contribuiu para uma melhor visualização dos meteoros.
Observação favorecida em áreas escuras
Moradores da zona rural e de cidades com menor poluição luminosa relataram maior facilidade para observar o fenômeno. Quanto mais escuro o céu, maior a quantidade de meteoros visíveis a olho nu.
Segundo o professor Rodrigo Raffa, não é necessário equipamento especializado para observar o fenômeno. “A olho nu já é possível acompanhar os meteoros. Para quem deseja fotografar, o ideal é usar um tripé e configurar a câmera em modo de longa exposição, além de ter paciência”, orientou.
O Observatório Nacional informou que, em condições ideais — céu limpo, longe da iluminação urbana e sem interferência da Lua —, a previsão para o estado de São Paulo era de até 46 meteoros visíveis por hora no pico da chuva das Geminídeas.
O fenômeno reforça o fascínio do público por eventos astronômicos e destaca a importância de locais com pouca poluição luminosa para a observação do céu noturno.






