'Ainda respeito minha esposa': o que disse médico à Justiça ao acusar mãe de matar professora com veneno

  • 23/10/2025
(Foto: Reprodução)
Veja o que disse médico à Justiça ao acusar mãe de matar professora com veneno Ao reforçar a acusação contra a mãe, Elizabete Arrabaça, pela morte por envenenamento da professora de pilates Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP), o médico Luiz Antonio Garnica afirmou, em audiência de instrução na Justiça no último dia 14 de outubro, que ainda respeita a esposa morta. "Eu ainda respeito a minha esposa. Ainda respeito ela, respeito a família dela. O que eu mais quero é que quem fez [provocou a morte] pague por isso. No caso, ao que tudo indica, foi minha própria mãe que matou minha esposa. E não é por ser minha mãe, por ter me criado, por ter me gerado, que ela não deve pagar pelo que ela fez. Eu não devo pagar pelos crimes cometidos pela minha mãe porque isso não é justo", disse. Tanto Garnica quanto Arrabaça são réus no processo. Eles respondem por feminicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e estão presos desde maio. Ambos negam participação no crime. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Trechos do depoimento obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, mostram o momento em que o médico cita que fez manobras de reanimação em Larissa quando a encontrou desacordada. "Fiz massagem cardíaca e respiração boca a boca. Só que no momento em que vi que ela não voltava, no momento do desespero, já sabia que ela estava morta, mas não conseguia aceitar a morte da minha esposa. Fiz massagem na minha esposa, e ela não retornou à vida. Peguei ela no colo, coloquei ela na cama, ela estava nua na parte de baixo, estava com as partes íntimas de fora e com a blusinha do pijama." No depoimento, Garnica também acusou a mãe pela morte da irmã, Nathalia Garnica, que morreu um mês antes da professora, também com chumbinho no organismo. No dia 15 de outubro, Arrabaça foi indiciada por esse crime. Segundo o promotor de Justiça Marcos Túlio Nicolino, o médico deixou o entendimento de que a mãe agiu motivada por questões financeiras e chegou a mencionar um suposto furto de R$ 100 mil dele para reforçar o argumento de que ela agia por ganância. "Ele diz que foi a mãe que fez isso com a Larissa, fez também com a irmã, e dá a entender que foi uma conotação financeira, porque, com a morte da irmã, principalmente a Elizabete seria herdeira. Inclusive, Luiz acusa a mãe de ter furtado R$ 100 mil que ele tinha em espécie dentro do apartamento dele que, segundo ele, era produto de consultas médicas por ele realizadas", afirmou o representante do Ministério Público. Garnica e Elizabete foram ouvidos durante o último dia de audiência de instrução do caso, antes do parecer do juiz, que pode definir pela pronúncia ou absolvição dos réus. Além deles, foram ouvidas testemunhas, entre elas o pai de Garnica, Antônio Luiz Garnica, que se referiu a Elizabete como uma pessoa materialista ao lembrar do período em que foi casado com ela. Elizabete Arrabaça e Luiz Garnica em depoimento à Justiça Reprodução LEIA TAMBÉM Justiça ouve amante de médico acusado de matar esposa envenenada e legista em Ribeirão Preto, SP Marido e sogra viram réus por morte de professora envenenada em Ribeirão Preto, SP Sopa envenenada, obsessão por amante e interesse financeiro: as acusações do MP contra marido e sogra de professora assassinada Irmã de médico suspeito de matar esposa envenenada também morreu após ingerir chumbinho, confirma IML Professora morreu após tomar remédio com veneno de rato, diz sogra suspeita em carta Ciúmes da amante O médico vivia um relacionamento extraconjugal à época da morte de Larissa. À Justiça, ele disse que sentia ciúmes da amante ao citar que ela também tinha um namorado. "Sim, como qualquer pessoa que tem outra pessoa tem ciúmes, mas era um ciúme saudável. Eu conversava com [nome do namorado da amante], a gente até fazia academia juntos, treinava com ele. Não teve nenhum problema quanto a isso, era um ciúme de saber que a pessoa tinha outro homem." Letícia Camilo Laurindo, amante do médico Luiz Antonio Garnica Carlos Trinca/EPTV Elizabete cita remédio e contesta carta Também ouvida no dia 14, Elizabete Arrabaça relatou que deu um remédio para dor no estômago à Larissa quando esteve no apartamento da nora na noite anterior à morte. "Ela só falou que não estava muito bem do estômago, se eu tinha omeprazol, e eu tinha, andava sempre com ele na bolsa, era costume. Eu peguei o vidro e dei dos que eu tomava mesmo. Ela deve ter tomado um só. Eu tomei também. Pus um na mão e tomei também." Arrabaça ainda desqualificou as alegações feitas por ela, em uma carta enviada da prisão em 31 de maio. Na carta, a acusada mencionava que o remédio estava com veneno de rato e que nem ela nem Larissa sabiam que a substância estava na medicação. "Achei que eu ia morrer, por isso escrevi aquilo, mas não tem fundamento nenhum o que escrevi. Foi um momento de medo. Escrevi aquelas coisas, mas depois vi que não tinha fundamento nenhum. Foi de apavoramento, de achar que eu ia morrer", complementou Arrabaça à Justiça. Assista à reportagem sobre os depoimentos de Garnica e Arrabaça: Caso Larissa: depoimentos têm contradições e confronto entre acusados e Ministério Público Promotor vê contradições e reforça acusação Para o Ministério Público, que defende a indicação dos réus para o tribunal do júri, os depoimentos dos réus foram marcados por contradições e reforçaram o entendimento anterior da acusação de que Luiz Garnica planejou e a mãe, já envolvida com a morte da filha, executou o crime, ao envenenar Larissa. "Elizabete, com a morte da filha, vamos dizer assim, adquiriu experiência nesse tipo de procedimento maligno e acabou usando esse mesmo procedimento em relação a Larissa para beneficiar o filho, que tinha como escopo remover a Larissa como obstáculo, porque ele queria assumir a amante, e pela questão financeira também", afirmou Nicolino. O promotor de Justiça do caso Joaquim, Marcus Túlio Nicolino Reprodução/EPTV Investigação aponta motivação financeira e uso de veneno Larissa Rodrigues, de 37 anos, foi encontrada morta no apartamento em que vivia com Garnica na manhã de 22 de março, no Jardim Botânico, zona sul da cidade. Exames detectaram a presença de chumbinho no organismo da vítima. A investigação afirma que, no início de março, Larissa havia descoberto que o marido mantinha uma relação extraconjugal. A Polícia Civil e o Ministério Público concluíram que a professora começou a ser envenenada pela sogra, a mando do filho, para evitar uma partilha de bens. Tanto Garnica quanto Elizabete estavam endividados e tinham interesse em manter o patrimônio nas mãos do médico em caso do divórcio dele. Segundo o MP, em algumas ocasiões, Garnica chegou a buscar a sopa envenenada preparada pela mãe para oferecê-la à esposa. Além disso, ele medicou Larissa em pelo menos duas ocasiões com substâncias providenciadas pela mãe, sem que a vítima soubesse o que estava ingerindo. Na véspera da morte, Garnica entrou em contato com a mãe, que esteve no apartamento da nora por cerca de quatro horas. Larissa Rodrigues foi envenenada e morta em Ribeirão Preto Redes sociais Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/10/23/ainda-respeito-minha-esposa-o-que-disse-medico-a-justica-ao-acusar-mae-de-matar-professora-com-veneno.ghtml


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