Reconstituição indica divergências de suspeito de matar jovem após encontro por aplicativo, diz polícia
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Polícia faz reconstituição do assassinato de Karina Queiroz em Ribeirão Preto, SP
O delegado André Baldochi disse, nesta terça-feira (16), que a reconstituição do assassinato de Karina Cristina Queiroz, de 22 anos, apontou uma série de divergências entre a cena do crime e o que diz o radialista Rodrigo César Mucci, de 48 anos.
Ele foi preso dez dias após o crime e confessou ter matado Karina, mas disse que tinha a intenção apenas de ameaçar a vítima porque ela iria contar sobre o encontro para a esposa dele. A polícia não acredita nesta versão.
A jovem foi morta no dia 1 de agosto com um tiro na cabeça. Ela foi encontrada já sem vida por uma amiga com quem dividia a casa, no bairro Cristo Redentor, zona Norte de Ribeirão Preto (SP). A arma utilizada foi uma garrucha, segundo a polícia.
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Nesta terça-feira, durante a reconstituição, o delegado André Baldochi, responsável pelas investigações, disse que a polícia trabalhar com a hipótese de que o crime foi premeditado.
Rodrigo César Mucci participou da reconstituição do assassinato de Karina Cristina Queiroz em Ribeirão Preto (SP) nesta terça-feira (16)
Reprodução/EPTV
Segundo ele, um dos indícios que colabora com esta versão é de que a vítima foi atingida de inopino, que é quando alguém atira de forma inesperada, sem aviso ou aviso prévio
"Ele diz que a intenção inicial era só ameaçar, eu acredito que não, acredito que uma das qualificadoras é premeditação, tendo em vista que ele adulterou as placas do veículo, não deu reação de defesa à vítima, a vítima foi atingida de inopino. Mesmo a versão que ele conta dá a entender isso aí, a vítima não esperava, estava sentada e ele desferiu o disparo de arma de fogo".
O radialista acompanhou a reconstituição e, segundo a defesa, colabora com as investigações.
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Outro ponto de divergência, ainda segundo o delegado, é sobre o disparo, que acertou a cabeça da vítima, mas o suspeito diz que atirou no peito.
"Ele fala que o tiro não foi no rosto, na cabeça, fala que foi um pouco mais pra baixo, então é pra ver a visão dele do fato em si, que ele cometeu ante a forma como foi achada a cena do crime".
Rodrigo Totti é suspeito de matar Karina Queiroz em Ribeirão Preto
Arquivo pessoal
Baldochi também informou que Rodrigo negou que tenha discutido com Karina e isso também será investigado a partir da reconstituição. Isso porque ele já disse informalmente à polícia que atirou após uma discussão onde ela teria ameaçado contar sobre o encontro para esposa dele.
"Ele nega qualquer tipo de embate com ela, é outra divergência. Ele nega qualquer tipo de violência fora o disparo de arma de fogo e é justamente essa a ideia hoje da reconstituição, pra ver o porque que a vítima estava sem os cabelos na ocasião. Às vezes, pelo próprio disparo, tendo em vista que é uma garrucha, o calibre é um pouco mais forte, principalmente a tiro à roupa como foi feito".
Advogada de Rodrigo, Júlia Rodrigues Campos falou, nesta terça-feira, que Rodrigo está arrependido do crime.
"O que temos a dizer é que ele está sendo extremamente colaborativo. Ele não está bem e, independentemente do que aconteceu, ele se mostra bem arrependido. Vamos esperar os próximos passos agora, ver o que vai acontecer a partir da reconstituição que foi feita agora".
Karina Cristina Queiroz foi achada morta aos 22 anos em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Facebook
Irmã de Karina, Jaqueline Queiroz, que também esteve presente na reconstituição, disse que aguarda respostas sobre o crime e quer entender o que aconteceu.
"A gente está tentando ser forte. Este momento, acho que foi crucial para tentar entender o que, de fato, aconteceu aqui. Porque ficou muita coisa, pra gente, no ar. Qual era a posição, o jeito que estava, como que foi, o que aconteceu lá dentro. Porque, de fato, o que aconteceu ali era só ela e ele. Ele vai contar a versão dele e ela não está aqui para se defender".
O crime
O corpo de Karina foi achado pela amiga com quem ela dividia a casa, no bairro Cristo Redentor, na noite de 1 de agosto. A vítima estava caída no quarto, ao lado da cama, com dois ferimentos no rosto.
À polícia, a amiga disse que Karina tinha marcado um encontro por um aplicativo de namoro, e o homem teria chegado à residência por volta das 16h50.
No cômodo, além de grande quantidade de sangue, havia cabelos sobre a cama, indicando que pode ter ocorrido uma luta corporal entre o agressor e a vítima, segundo a polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência, os ferimentos em Karina são compatíveis com disparos de arma de caça, como espingarda ou garrucha. Fragmentos de munição foram encontrados no local e recolhidos pela perícia.
Após colher depoimentos e analisar câmera de segurança, a polícia identificou um carro que esteve na casa de Karina no dia da morte dela.
Nessas gravações, foi constatado que o veículo transitou inicialmente com placas adulteradas e depois, em curto espaço de tempo, com as placas originais, o que possibilitou aos investigadores chegarem ao endereço de Rodrigo, no bairro Adelino Simioni, zona Norte de Ribeirão. Ele foi preso no dia 11 de agosto, dez dias após o crime.
Segundo a polícia, Rodrigo confessou que matou a jovem após uma discussão durante o encontro. A arma e o carro usados no crime, além de um simulacro, foram localizados na residência e apreendidos.
Ele ainda indicou um bueiro, no bairro Cristo Redentor, onde havia descartado o celular e um molho de chaves da vítima. Os objetos também foram encontrados e apreendidos.
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